Ministério para a Imigração e Identidade Nacional
Está a originar muita polémica a última ideia de Nicolas Sarkozy, o candidato de centro-direita às presidenciais francesas. Numa tentativa óbvia de seduzir o eleitorado da Frente Nacional, Sarkozy propõe a criação de um novo ministério para a Imigração e Identidade Nacional. No país com a maior comunidade muçulmana da Europa e onde os conflitos nos subúrbios de Paris ainda persistem na mente das pessoas, este anúncio promete originar uma grande discussão. E sejamos claros, Sarkozy apenas tem a ganhar com isso. Não é preciso uma sondagem para percebermos que o tema da imigração está no topo das preocupações dos franceses.
A grande revolta contra a ideia, liderada pelos socialistas, está relacionada com a parte da "Identidade Nacional". O PS acusa Sarkozy de incutir propositadamente uma designação racista nos imigrantes. É certo que o nome constitui mais uma provocação e um incentivo à discussão, do que propriamente algo efectivo para um ministério. Com esta proposta, Sarkozy mostra à França e à Europa, que é tempo de começar a discutir e a perceber o que significa a identidade nacional e a identidade europeia no séc. XXI. Proteger-se na capa do século passado, de fechar os olhos a uma sociedade que mudou radicalmente nas últimas décadas, não leva a lado nenhum. Os franceses e os europeus necessitam de começar a perceber o mundo em que vivem, e principalmente, como querem viver.
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