sexta-feira, março 9

Sobre as vitórias ambientais


Não posso deixar de sorrir, ao ler a notícia sobre o grau de satisfação de José Sócrates, em relação ao acordo europeu para fazer frente às alterações climáticas. O governo português compromete-se, bem como os restantes executivos europeus, a cortarem em 20% a emissão de gases com efeito de estufa e aumentar a produção de energia renováveis. Com a nossa história de bons cumpridores de metas, seremos sem sombra de dúvida pioneiros nesta questão fulcral, tal como fomos em tantas outras. Até Al Gore já nos abençoou com duas visitas a Portugal, onde impulsionou uma "elite" a desembolsar avultadas somas de dinheiro para o ver a mostrar meia-dúzia de pandas que podem morrer afogados com o aumento das águas dos oceanos. Os sinais são mais que evidentes.

Mas ouve outras conclusões da cimeira. O PM português elogiou a posição da União Europeia na matéria, já que considera esta uma prova de credibilidade e liderança política. É verdade que José Sócrates no seu discurso no Parlamento Europeu, exprimiu a vontade de ver a União Europeia tomar o papel de líder em várias questões internacionais. Porém, com a crise iraniana ainda por resolver, a competição económica dos grandes mercados asiáticos, o problema da imigração, a guerra no Iraque, a luta contra o terrorismo, entre outros, esta não me parece ser uma prioridade e como tal, não valorizo muito esta "vitória" política da UE. E não nos esqueçamos que este acordo continua a ser apenas uma promessa.

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