terça-feira, março 27

Notas sobre o debate

1. Não estavam apenas engenheiros na sala. Como tal, existiram pessoas que consideraram certos temas um pouco ridículos para estarem ali a ser discutidos.

2. Ficou claro que não existe, nem nunca haverá consenso entre os engenheiros. Sejam estudos preliminares ou conclusivos, irá existir quem não esteja convencido.

3. Houve discursos completamente demagógicos e incoerentes, e não é necessário perceber muito de engenharia para o compreender. Basta estar atento ao discurso. O engenheiro Ravara foi nesse aspecto exímio. Não me conseguiu convencer uma única vez. Não apresentou nenhum argumento fidedigno, a não ser a pressa em construir um novo aeroporto (e ainda por cima mal).

4. Do lado que defendia outras alternativas à Ota, apenas gostei de ouvir o Prof. José Manuel Viegas. Parecia-me a pessoa mais capaz, mais coerente e mais preparada, de longe, para o debate.

5. Percebeu-se que a Ota é um autêntico pântano. Os senhores a favor deste projecto não mostram qualquer remorso em ter que colocar cerca de 200 000 estacas para ultrapassar o problema, mesmo que isso tenha um custo astronómico. A engenharia portuguesa é de luxo!

6. A recusa de outras alternativas, por parte dos defensores da Ota, apenas utilizando o argumento "tempo" foi surreal. A arte técnica dos engenheiros portugueses pode ser exímia. Porém, os seus relógios não o são e todos os que estavam na sala sabiam disso.

7. Houve partes incrivelmente chatas, julgo que normais, dado o número de engenheiros presentes na sala. Duvido que as pessoas tenham aguentado a maior parte delas. Fizeram bem em fugir à maior parte delas... Eu não pude.

8. A fase dos "sobreiros" chegou a um ponto que aquilo era ridículo. Será que apenas os "não-engenheiros" se aperceberam disso?

9. A claque contra a Ota era mais forte que a claque a favor.

10. Sinceramente não percebi porque razão o sr. engenheiro Ravara tão ardentemente deseja um novo aeroporto para competir com o hub espanhol. É que ele não deu uma única razão para isso.

11. Falou-se muito pouco de turismo, um tema essencial neste tema. Provavelmente já todos conhecem os resultados (péssimos para a Ota), but still, era uma questão a ser abordada.

12. Durante o programa, o fanatismo e o fundamentalismo de certos argumentos eram mais que notórios. Seja no ambiente, seja em casos concretos como a fatídica contagem decrescente da Portela.

2 comentários:

AA disse...

incrivelmente chatas, julgo que normais, dado o número de engenheiros presentes na sala

Arriscas-te...

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

"Arriscas-te..."

Eu não tenho medo de ninguém! ;)