A Herança do Maio de 68
Nicolas Sarkozy fez ontem um dos seus melhores discursos, citando a revolta de 1968:
He summoned memories of the student revolt of 1968, saying: "In this election, it is a question of whether the heritage of May '68 should be perpetuated or if it should be liquidated once and for all."
If elected, Mr Sarkozy promised to break with the "cynicism" of the "gauche caviars", who he blamed for a crisis of "morality, authority, work and national identity". Citing the recent mini-riot in Gare du Nord, he repeated his accusation that the Left "systematically takes the side of thugs, troublemakers and fraudsters against the police".
A reacção da sra. Royal não se fez esperar, e como sempre, foi mais do mesmo:
"It was a speech of great violence and great brutality. France doesn't need that today. France needs to be reconciled with itself and soothed. France needs to unite in order to pick itself up," Royal said.
1 comentário:
Bruno,
Se Sarkozy conhece o resultado que a repressão policial teve em Maio de 68, parece que não aprendeu muito com a história. É curioso que evoque o Maio de 68 - num sentido crítico - e logo depois volte a falar numa política securitária. A história repete-se, como sempre, com as devidas diferenças e proporções...
Pessoalmente sou muito descrente que as tensões em França, mais concretamente em Paris, resolvam-se só a montante e não a jusante. Mas é só uma opinião, e opiniões há muitas. É preciso entender que o Maio de 68, esteja-se ou não de acordo com o que aconteceu, é a prova que o "social" condiciona as teorias económicas. Ou seja, mesmo quando há uma teoria que teoricamente (sei que estou a usar um pleonasmo) proporciona mais crescimento económico, se não contabilizarmos os custos "sociais", que se transformam rapidamente em económicos, então nem sempre alcançamos a decisão política adequada. Na minha opinião tanto Sarkozy como Royal são muito radicais, nos seus diferentes espectros políticos, para alcançarem a decisão política adequada e não me parece um acaso a votação em Bayrou, uma vez que o centro está mal representado nestas eleições. Discursos como este, o de Sarkozy, na minha opinião, só funcionam contra ele, afastando-o ainda mais do centro. Royal, por sua vez, também não entendeu que, no campo da segurança, também não deve colocar a tónica toda numa só perspectiva, a do manifestante.
Abraço,
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