Royal Dream
Hoje no Público, Teresa de Sousa oferece-nos uma crónica sobre as eleições francesas. O artigo aborda essa nova geração de políticos e de ideias, dos quais Sarkozy e Royal são a bandeira. Esta ideia, muito generalizada nos espaços de opinião, parece não contar com os anos de Sarkozy no governo e na máquina do UMP, bem como os cargos de Segoléne Royal enquanto ministra ou conselheira de Miterrand. Mas pronto, não é isso que está em causa.
Teresa de Sousa, citando Timothy Garton Ash, refere que finalmente o blairismo chegou a França. Porém, acrescenta que é necessário separar as águas do contexto político da chegada de Blair ao poder com a actual situação em França, tal como o meu colega Henrique Raposo já o tinha dito aqui.
O que me impressionou foi a restante parte do artigo, onde a autora exorta Segoléne Royal a voltar às ideias livres que possuía - as ideias "blairistas", e a romper com o velho programa socialista decrépito dos últimos 20 anos. Se fosse um cronista menos experiente, até poderia dar o benefício da ingenuidade. De uma jornalista como Teresa de Sousa, esperava melhor. Que não simpatiza com Sarkozy, embora as suas ideias no tema económico sejam mais blairianas que a congénere, disso não restou dúvidas ("o brutal Sarko", se não me engano, foi a expressão utilizada). Mas não é isso que está em causa. Fazer uma apologia da candidata Royal, como se uma onda de frescura estivesse a atravessar a França, apenas presa aos velhos elefantes do PS é poesia a mais. Tomara eu que estivesse errado, mas infelizmente julgo que não. Infelizmente.
Teresa de Sousa, citando Timothy Garton Ash, refere que finalmente o blairismo chegou a França. Porém, acrescenta que é necessário separar as águas do contexto político da chegada de Blair ao poder com a actual situação em França, tal como o meu colega Henrique Raposo já o tinha dito aqui.
O que me impressionou foi a restante parte do artigo, onde a autora exorta Segoléne Royal a voltar às ideias livres que possuía - as ideias "blairistas", e a romper com o velho programa socialista decrépito dos últimos 20 anos. Se fosse um cronista menos experiente, até poderia dar o benefício da ingenuidade. De uma jornalista como Teresa de Sousa, esperava melhor. Que não simpatiza com Sarkozy, embora as suas ideias no tema económico sejam mais blairianas que a congénere, disso não restou dúvidas ("o brutal Sarko", se não me engano, foi a expressão utilizada). Mas não é isso que está em causa. Fazer uma apologia da candidata Royal, como se uma onda de frescura estivesse a atravessar a França, apenas presa aos velhos elefantes do PS é poesia a mais. Tomara eu que estivesse errado, mas infelizmente julgo que não. Infelizmente.
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