La Femme Fatale
Posso dizer que gostei de assistir ao debate de ontem, entre Segoléne Royal e Nicolas Sarkozy. Tomara que em tempo de campanhas eleitorais, Portugal tivesse oportunidade de assistir a programas semelhantes. Os jornalistas podiam ter estado melhor, mas possibilitaram a troca directa de palavras, o que no debate de ontem foi positivo, esclarecedor, e acima de tudo, feito com muita cordialidade (pronto, esqueçamos a cólera da Sra. Royal).
Tendo dito isto, foi mais que claro que Sarkozy dominou o debate. Isso não invalida a "não má" performance de Royal. Pronto, é verdade que não possuía grandes expectativas para Madame Royal, but still. Na linha do que já se esperava, a candidata socialista mostrou-se agressiva perante Sarkozy, procurando passar uma imagem mais capaz. O grande problema é que falhou no estudo de alguns temas, tem efectivamente péssimas ideias para a França, não evitou aquele momento de "cólera", próprio da velha esquerda moralmente "superior", e por fim, não resistiu ao toque feminino no final, na tentativa desesperada de cativar algum eleitorado. Temo que a estratégia poderá vir a ser fatal.
É claro que existem certas jóias na blogosfera, que já vieram reivindicar a vitória de Mme. Royal. Mas como neste aspecto, todos sabem o grau de (im)parcialidade da Dra. Ana Gomes, ficamos pelo menos com uma conclusão. Royal pode ter vencido em alguma coisa, mas não foi certamente no debate. Talvez na escolha de roupas, ou nos sorrisos, quem sabe. Há quem já a julgasse La Femme Fatale de la politique française. Ontem, não o comprovou. Eu não sou especialista na matéria, mas creio que fez falta a indumentária rouge...
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