terça-feira, maio 29

Sem comentários

O triste estado da nossa educação:

Valeu tudo: tratar um sujeito como predicado, usar um "ç" em vez de dois "s", inventar palavras. O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação deu ordens para que nas primeiras partes das provas de aferição de Língua Portuguesa do 4.º e 6.º anos, os erros de construção gráfica, grafia ou de uso de convenções gráficas não fossem considerados. E valeu tudo menos saber escrever em português. Isso não deu pontos.

5 comentários:

Anónimo disse...

Claro qu não contam os erros na parte de interpretação! Nunca contaram. Nas escolas tambem nao contam directamente (na classificacao fianal optamos por conatabiliza- os no fim; mas neste caso de aferição, não de exame nao faz sentido)

Falem do que sabem e deixem-se de demagogias

«Erros ortográficos penalizados nas provas de aferição de Português mas apenas nas perguntas relativas à escrita

30.05.2007, Publico


Professores concordam
com o critério adoptado desde que os testes começaram a ser feitos. Correctores têm seis dias úteis para classificar testes


Uma questão técnica. É esta a explicação dada pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), responsável pela realização das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos, para a ausência de penalização de erros ortográficos na primeira parte dos testes.
As primeiras perguntas das provas de Português pretendem avaliar a capacidade de interpretação dos alunos. "Se eu descontasse os aspectos que têm a ver com os erros ortográficos, na altura de devolver os relatórios às escolas estava a dar uma informação contaminada", explica Carlos Pinto Ferreira, director do GAVE.
E é por essa razão que os critérios de classificação referem que "nos itens da 1.ª parte não se consideram, para além do exposto na descrição dos níveis e para efeito de atribuição de código, os erros de construção frásica, de grafia ou de uso de convenções gráficas". Aliás, esta tem sido a orientação dada aos professores correctores desde o primeiro ano das provas, em 2000. "É uma questão técnica. Se uma dessas respostas [sobre a compreensão da leitura] tiver zero porque tem um erro ortográfico, o professor não fica a saber se o aluno percebeu ou não o texto", reforça Carlos Ferreira.
A explicação é aceite por Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP). "É importante separar a avaliação da leitura da avaliação da escrita, para perceber qual das competências está a faltar. Mas para o fazer mais valia optar pelo modelo de escolha múltipla." O presidente da APP considera que esta seria a melhor forma de evitar algo que, apesar das explicações, pode causar estranheza. "Instintivamente, diria que é difícil aceitar e quase põe em causa a autoridade de um professor que aceita que na prova de Português se façam erros ortográficos."
As competências de ortografia, pontuação e sintaxe são assim avaliadas apenas na terceira parte dos testes, em que é pedido aos alunos que escrevam um texto. As provas de aferição de Português e Matemática foram realizadas na passada semana por 250 mil alunos. Apesar de não contarem para nota, pela primeira vez os resultados serão afixados.
Até lá, o trabalho compete aos professores seleccionados para classificar cerca de meio milhão de provas e que terão de corrigir uma média de 60 testes até 4 de Junho. Sendo que, no caso da Língua Portuguesa, só os receberam na passada sexta-feira. "Entretanto estamos a dar aulas, a assegurar as actividades de enriquecimento curricular. No sábado foram 12 horas a classificar os testes e no domingo a mesma coisa. São horas que temos de tirar à família, sem qualquer remuneração extraordinária. O que vale é a "carolice" dos professores do 1.º ciclo, que fazem com que os problemas se resolvam e asseguram sempre o que lhes é pedido", diz Ondina Paiva, responsável pela correcção de 54 provas de Português do 4.º ano. »

Anónimo disse...

(comentario sem as gralhas da pressa...)

Claro que não contam os erros na parte de interpretação! Nunca contaram. Nas escolas tambem não contam directamente: nos testes, opta-se pela sua contabilização e deduz-se no total; mas neste caso de aferição nao faz sentido, deduzir na classificação das perguntas pois dava um indicador errado quanto à capacidade de compreensão do sentido do texto.

Falem do que sabem e deixem-se de demagogias

«Erros ortográficos penalizados nas provas de aferição de Português mas apenas nas perguntas relativas à escrita

30.05.2007, Publico


Professores concordam
com o critério adoptado desde que os testes começaram a ser feitos. Correctores têm seis dias úteis para classificar testes


Uma questão técnica. É esta a explicação dada pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE), responsável pela realização das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos, para a ausência de penalização de erros ortográficos na primeira parte dos testes.
As primeiras perguntas das provas de Português pretendem avaliar a capacidade de interpretação dos alunos. "Se eu descontasse os aspectos que têm a ver com os erros ortográficos, na altura de devolver os relatórios às escolas estava a dar uma informação contaminada", explica Carlos Pinto Ferreira, director do GAVE.
E é por essa razão que os critérios de classificação referem que "nos itens da 1.ª parte não se consideram, para além do exposto na descrição dos níveis e para efeito de atribuição de código, os erros de construção frásica, de grafia ou de uso de convenções gráficas". Aliás, esta tem sido a orientação dada aos professores correctores desde o primeiro ano das provas, em 2000. "É uma questão técnica. Se uma dessas respostas [sobre a compreensão da leitura] tiver zero porque tem um erro ortográfico, o professor não fica a saber se o aluno percebeu ou não o texto", reforça Carlos Ferreira.
A explicação é aceite por Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP). "É importante separar a avaliação da leitura da avaliação da escrita, para perceber qual das competências está a faltar. Mas para o fazer mais valia optar pelo modelo de escolha múltipla." O presidente da APP considera que esta seria a melhor forma de evitar algo que, apesar das explicações, pode causar estranheza. "Instintivamente, diria que é difícil aceitar e quase põe em causa a autoridade de um professor que aceita que na prova de Português se façam erros ortográficos."
As competências de ortografia, pontuação e sintaxe são assim avaliadas apenas na terceira parte dos testes, em que é pedido aos alunos que escrevam um texto. As provas de aferição de Português e Matemática foram realizadas na passada semana por 250 mil alunos. Apesar de não contarem para nota, pela primeira vez os resultados serão afixados.
Até lá, o trabalho compete aos professores seleccionados para classificar cerca de meio milhão de provas e que terão de corrigir uma média de 60 testes até 4 de Junho. Sendo que, no caso da Língua Portuguesa, só os receberam na passada sexta-feira. "Entretanto estamos a dar aulas, a assegurar as actividades de enriquecimento curricular. No sábado foram 12 horas a classificar os testes e no domingo a mesma coisa. São horas que temos de tirar à família, sem qualquer remuneração extraordinária. O que vale é a "carolice" dos professores do 1.º ciclo, que fazem com que os problemas se resolvam e asseguram sempre o que lhes é pedido", diz Ondina Paiva, responsável pela correcção de 54 provas de Português do 4.º ano. »

Bruno Gouveia Gonçalves disse...

Caro Anónimo,

Sim, li a notícia na sua totalidade no Público, mas continuo a discordar do método de avaliação. Estou nessa liberdade, certo?

Anónimo disse...

Claro que está no sue direito mas pouco acresce (nem arrefece) ao debate. Junta-se ao coro dos que exclamam "ó da guarda" por verem berrar os outros...

O currículo de Lingua Portuguesa no Ensino Básico (até ao 9º ano) contempla a Expressão Oral, a Compreensão Oral,a Leitura, a Compreensão Escrita a Expressão Escrita e o Funcionamento da Língua (gramática). Num texte escrito evidentemente só se aavaliam estes três últimos aspectos.

Cada uma destas áreas tem indicadores independentes e baralhar os critérios de avaliação não afere coisa nenhuma.

Um aluno pode comprender muito bem um texto e dar muitos erros ortográficos.
O que nos interessa é aferir de modo independente essas áreas.

Para a classificação final então é que se juntam os resultados das avaliações parciais.

Entende?

A anónima do outro dia

Anónimo disse...

correcção: num teste (e não texte...;-(